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III Semana da Memória Negra promove reflexões sobre justiça racial e políticas públicas na UFC

Data da publicação: 14 de novembro de 2024 Categoria: Sem categoria

Nos dias 11, 12 e 13 de novembro de 2024, a Universidade Federal do Ceará sediou a III Semana da Memória Negra, promovida pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa em Gênero, Idade e Família (NEGIF), em parceria com o Fórum de Negres Guerreiro Ramos, do Curso de Gestão de Políticas Públicas, e contou com o apoio da ADUFC. Sob o tema “Três dias de Memória Negra – Vozes Negras em Movimento no Campo de Públicas”, o evento reuniu estudantes, professores, pesquisadores, coletivos e convidados no Campus do Pici para debater questões centrais das relações étnico-raciais e da justiça histórica no Brasil, com foco especial nas implicações para o campo das políticas públicas.

A Semana está inserida nas atividades de ensino, pesquisa e extensão do NEGIF e nasce da necessidade de promover uma análise crítica das interseções entre a colonialismo, colonialidade, racismo e a formulação de políticas públicas no país. O evento teve como objetivo ampliar o debate antirracista no campo das públicas, a partir de perspectivas teóricas e epistemológicas que dialogam com abordagens pós-coloniais e decoloniais. Ao reconhecer que a colonialidade e o racismo impactam diretamente a concepção, implementação e avaliação de políticas, a Semana da Memória Negra contribui para a formação de profissionais e gestores capazes de atuar de forma mais crítica, inclusiva e comprometida com a justiça social.

A programação foi distribuída ao longo de três dias, cada um dedicado a uma temática específica. A abertura ocorreu na Seara da Ciência e contou com a apresentação cantada “Histórias da Rainha Nã Agotimé”, conduzida por Patrícia Adjoke. Em seguida, a mesa “Juventude Negra e Viva: Prevenção de Violência e Políticas de Segurança Pública para a Juventude Negra de Nossos Territórios” reuniu Carla Moura (CEDECA Ceará), Zelma Madeira (Secretaria da Igualdade Racial do Ceará) e Lany Maria. A discussão evidenciou como a juventude negra tem sido historicamente afetada por políticas de segurança excludentes, ressaltando a urgência de práticas públicas baseadas em direitos humanos, equidade e reconhecimento da diversidade racial.

O segundo dia teve como foco a saúde da população negra, com destaque para a apresentação da pesquisa sobre religiosidade afro-brasileira da aluna Nathalia (ICA). A mesa de debates contou com Fernando de Oliveira, Lipe da Silva e a professora Dra. Inês Escobar, e problematizou a invisibilidade dos marcadores raciais nas políticas públicas de saúde. Também houve uma roda de conversa com coletivos negres de outros cursos e universidades, ampliando a troca de saberes e experiências que fortalecem práticas de resistência e proposição de políticas efetivamente antirracistas.

Encerrando o evento, o terceiro dia foi dedicado à memória e justiça histórica, com reflexões sobre reparações e a presença de autores negros na universidade. O pesquisador JPreto apresentou o conceito de “Conhecipreto”, seguido da mesa “Memória e Justiça Histórica: Reparações e Justiça Racial para uma Universidade Antirracista”, com os professores Hilário e Luís Tomaz. A programação incluiu ainda a exibição de curtas-metragens com a mesma temática. As discussões apontaram para a necessidade de políticas públicas que considerem a memória coletiva e as reparações como pilares da justiça racial e da reconstrução do espaço universitário como território de inclusão e pluralidade.

A III Semana da Memória Negra reafirma o compromisso do NEGIF e da Universidade Federal do Ceará com o enfrentamento ao racismo estrutural e com a qualificação do campo das políticas públicas para lidar com as desigualdades raciais de forma crítica e transformadora. Ao propor um espaço de escuta, reflexão e mobilização, o evento contribui para a formação de estudantes, pesquisadores e gestores públicos que compreendem a centralidade da justiça racial na construção de uma sociedade mais equitativa.

 

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